quarta-feira, 11 de maio de 2011

Processo de limpeza da Cidade.

Na passagem do século XIX para o XX, período em que várias habitações são demolidas, os governantes aproveitam para realizarem a operação de limpeza da cidade que passou a incluir também o afastamento das “classes perigosas”, da nação subterrânea, daqueles que “enfeitavam” a cidade e provocavam tumultos, entendidos como manifestações de uma “barbárie colonial”.
A tendência higienizadora desse momento retrata bem a perspicácia do mundo civilizado e estabelece o núcleo familiar como o instrumento de controle de limpeza. “Constrói-se uma ética e uma moral que reforçam a idéia de que são pobres sim, mas limpos, ou seja, podem ser incluídos na cidade”. O asseio da roupa e o cuidado no andar, associado à forma de falar um “bom português”, são expressões dessa nova moral organizadora das comunidades que querem começar “tudo direitinho”. É essa a forma usada por aqueles que assumem as funções de liderança na comunidade.
Muitos cortiços vieram abaixo, pois assim abria espaço para as novas formas que a cidade estava tomando e também uma maneira de conter a proliferação de doenças, uma vez que grandes quantidades de pessoas viviam aglomeradas em um único local. A Revolta da Vacina foi um marco deste período de higienização da cidade, quando a vacinação foi obrigatória a toda população.

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